Nova Linha de Crédito Pessoa Física

Recentemente foi anunciada uma linha de crédito para as pessoas que não podem realizar o saque do FGTS, pois optaram pelo saque de aniversário, muita gente nem sabia o que estava fazendo quando aderiu ao programa, mas irão passar por um período de 2 anos nessa modalidade.

O assunto hoje não é o FGTS, nem o saque aniversário, isso é assunto para outro post. Hoje vamos falar sobre o crédito ofertado nesse momento de crise, esse texto também não é uma explicação sobre as linhas de crédito, nem nada do tipo, mas sobre o que você precisa saber e fazer antes de sair fazendo essa dívida.

Agora chega de falar sobre o que não é esse post e tratar sobre o assunto...

Antes de você pegar um empréstimo é preciso ter muita atenção e saber o que está fazendo. Na maioria das vezes não se faz um planejamento ou uma pesquisa adequada, apenas faz um cálculo (muito por cima) de quanto acha que precisa, olha quanto o banco está disponibilizando para limite e contrata o empréstimo, sempre colocando uma sobra para o "vai que...".

Sei que no momento há um grande números de pessoas com o salário reduzido, cortado e desempregado, porém as cartinhas motivacionais, vulgo boletos de cobrança, continuam chegando sem desconto nenhum, e para manter um determinado padrão de vida, mesmo a renda tendo mudado, as pessoas estão optando pelo crédito, na intenção de empurrar o problema para frente (e que problema).

Ao buscar por linhas de créditos nos banco você imagina que é uma boa solução e uma opção bem mais barata que o cartão de crédito e cheque especial (e é), porém a falta de planejamento e a não avaliação da real situação podem desencadear um problema muito grande.

Você ao pegar um empréstimo precisa saber como isso irá impactar nas finanças, qual o motivo que te levou a pegar esse empréstimo, qual a sua capacidade de pagamento, como as pessoas envolvidas irão reagir a isso (e sobre isso eu vou abrir um parênteses no próximos parágrafo) e qual vai ser a situação no médio prazo por causa desse empréstimo.

(Parênteses) - Você pode estar pensando, como assim pessoas envolvidas, quem está pegando o empréstimo sou eu, ninguém mais está envolvido nisso, mas é aí que mora o problema. Além de você e a instituição financeira, tem as pessoas que irão te ajudar a pagar esse empréstimo, ou seja, todos aqueles que dependem da sua renda. Pegar um empréstimo, sem conversar com a família sobre a real situação financeira (mesmo que você acredite que está pensando neles), sem fazer uma avaliação do custo de vida e os devidos cortes necessários nas despesas, pode ser um problema muito grande no futuro. Por isso, antes de contrair uma dívida é preciso pensa e conversar sobre isso.

Voltando..

O acesso ao crédito é muito simples, ainda mais quando você, até então, manteve um bom relacionamento com a instituição financeira.

Eu sei que muita gente precisou e vai precisar recorrer ao endividamento para manter-se devido à crise atual, poucas pessoas tinham uma reserva de emergência e nem puderam sacar o FGTS quando foram demitidos, então para sobreviver ao momento a opção é o crédito. Por causa disso vou falar sobre como minimizar os problemas futuros, oriundos desse possível e provável endividamento.

Antes de pegar o empréstimo, faça as contas, qual é o valor real que você precisa, comece pensando qual o seu custo de vida e de quantos meses você irá precisar depender desse empréstimo.

Exemplo: Seu custo de vida é R$ 5.000,00 por mês (e essa também é a sua renda, levando em consideração que você vive no limite máximo da sua renda), sem mudar nada no seu padrão. Sua renda foi reduzida para R$ 2.500,00, então você precisa de R$ 2.500,00 por mês para sobreviver e pensa que a situação irá durar por 5 meses, ou seja, você precisa de um empréstimo de R$ 12.500,00 para que consiga sobreviver pelos próximos 5 meses. A lógica de cálculo está correta, mas você esqueceu duas coisas importantes, a primeira é que você não tem uma reserva de emergência (se tivesse não precisaria recorrer a um empréstimo), então você continuaria a viver no limite, por isso você precisa nesse momento reajustar o seu custo de vida e reduzir ele. A segunda coisa é, você vai incluir uma nova despesa nas suas contas: a parcela do empréstimo, que não faz parte dos seus custos nesse momento, mas vai passar a fazer por um bom tempo.

Depois de fazer essas contas você deve estar pensando, então é fácil, pego mais dinheiro, porque aí eu não preciso reduzir o meu padrão de vida e ainda fico com uma reserva. Tudo bem pensar assim, afinal de contas você pensa que tudo vai voltar ao normal dentro de 5 meses e as coisas vão se ajeitar, mas vamos pensar em quem fez uso dessa estratégia lá no começo da pandemia e está há 4 meses nessa situação, sem previsão de acabar, como vai ficar a situação dela agora e como estará a sua situação daqui a esse tempo?

Como eu disse a incerteza do momento requer cautela, se a sua situação é essa, você precisa pensar bem nas decisões que irá tomar e reduzir seu custo ao máximo, por isso as pessoas que vivem com você precisam saber da real situação, para colaborar e entender os cortes. Pegar mais dinheiro é uma solução para tapar buraco, mas que no médio prazo, pode ser um poço sem fundo.

Existem outra formas de conseguir mais dinheiro, mesmo que a opção rápida e necessária seja o empréstimo, encontre uma forma de fazer renda extra e aumentar a sua renda, faça o quanto antes uma reserva de emergência e pegue o mínimo de empréstimo possível, porque mesmo com a taxa Selic baixa, as instituições financeiras ainda cobram taxas de juros bem altas.

Ah! sendo essa a sua situação, ligue agora o alerta, pois você precisa de educação financeira, nesse comento o controle e o planejamento são os seus principais aliados, por mais chato que te pareça.

Se ficou com alguma dúvida ou deseja esclarecer mais algum ponto sobre isso, deixa aqui seu comentário.